Efeitos da velocidade de congelação na qualidade dos alimentos
O frio é uma das formas mais eficazes de conservar os alimentos durante muito tempo, em boas condições de qualidade e frescura.
A criogenia, ao aumentar a velocidade de congelação, é o principal processo industrial no que toca a conservar produtos refrigerados ou congelados.
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No estado congelado, o produto alimentar praticamente já não evolui, sendo as reações microbiológicas, enzimáticas e físico-químicas grandemente retardadas ou mesmo bloqueadas.
O processo de congelação exige o cumprimento de determinadas condições de uso do frio:
- Tempo de processamento limitado,
- Queda rápida na temperatura alvo,
- Utilização de temperaturas muito baixas e estáveis.
Descubra neste artigo como a criogenia alimentar dá perfeitamente resposta a essas necessidades, oferecendo uma solução para os requisitos de conservação.
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Congelação criogénica: o teste de velocidade
A criogenia utiliza azoto e dióxido de carbono a temperaturas muito baixas (na forma líquida a -196°C para o azoto e -70°C para o dióxido de carbono). O poder frigorífico e a baixíssima temperatura destes fluidos criogénicos permitem que os produtos a congelar sejam “obtidos” muito rapidamente.
A velocidade de congelação dos alimentos é definida como o tempo necessário para um produto atingir -10°C (80% da taxa de formação de cristais de gelo). É expressa em °C/min ou °C/h ou como a distância percorrida pela frente de congelação em cm/s.
Dependendo das diferentes técnicas de refrigeração ou arrefecimento utilizadas, esta velocidade será mais ou menos rápida:
- Congelador doméstico: 0,1 cm/h,
- Câmara frigorífica/frio mecânico: 0,2 / 0,5 cm/h,
- Pulverização ou imersão em fluido criogénico: 10 a 100 cm/h.
Ao contrário da congelação mecânica, o tempo de congelação é mais curto com a congelação criogénica; fala-se de congelação rápida.
Quais são os respectivos benefícios para a qualidade dos alimentos?
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O frio criogénico respeita a estrutura celular dos alimentos
A velocidade de congelação e, portanto, a velocidade de transição da água do estado líquido para o estado sólido atua diretamente e de forma inversamente proporcional ao tamanho dos cristais que podem ser maiores ou menores de acordo com a técnica de congelação que utilizar.
- A congelação clássica faz com que a água cristalize na forma de cristais de gelo relativamente grandes. Esses grandes cristais, presentes dentro e entre as células, destroem as estruturas celulares e teciduais dos alimentos.
- Inversamente, o arrefecimento criogénico permite reduzir para um tamanho mais pequeno esses cristais, o que leva à obtenção de micro-cristais que não alteram a integridade das células.
Este tamanho dos cristais tem um efeito direto na qualidade da congelação, no tempo de vida e no resultado da resistência mecânica do produto à descongelação (presença de exsudado).
Dependendo do método utilizado - congelação com frio mecânico ou congelação com frio criogénico - a qualidade dos produtos congelados não será equivalente.
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A criogenia respeita as qualidades organolépticas e nutricionais
A queda rápida na temperatura é um importante processo que permite interromper a evolução biológica, bacteriológica e físico-química do produto e impedir o desenvolvimento de microrganismos.
Ao descongelar, a frescura e as qualidades organolépticas (características como o aspecto, textura, cor, sabor) e nutricionais (vitaminas) observadas no estado fresco, são melhor restauradas, mesmo para os alimentos mais frágeis.
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O frio criogénico limita a desidratação e as perdas de peso
A velocidade da queda de temperatura na criogenia leva a um menor tempo de permanência no interior dos equipamentos. Os produtos estão menos tempo sob o efeito da ventilação e ficam portanto menos secos.
Além disso, a temperatura muito baixa do fluido criogénico em contacto com o produto congela-o instantaneamente em alguns milímetros de espessura. Tal evita a secagem da superfície e limita as perdas de água.
A perda desse conteúdo de água pode representar 2 a 3% do peso dos alimentos congelados utilizando o frio mecânico. Essa perda é muito inferior com o frio criogénico, 1% ou menos no caso de imersão direta em azoto líquido.
A congelação criogénica é, portanto, uma solução ideal para conservação de alimentos. Ela mantém as qualidades originais dos produtos e preserva a respetiva hidratação natural, garantindo uma melhor valorização do produto.
Encontra a sua aplicação em todos os produtos consumidos no nosso dia a dia, como a congelação de refeições preparadas. É crucial para manter a qualidade de produtos mais frágeis como carne, peixe ou mesmo frutas e legumes para congelar individualmente.
Além das vantagens em termos de conservação, a congelação criogénica possui grandes qualidades relativas à parte termodinâmica, oferecendo inúmeras possibilidades em matéria de otimização de processos.
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